O Dr. Leandro Teles, neurologista da Universidade de São
Paulo (USP), explica que "o funcionamento cerebral não é linear e, como
todo sistema complexo, ele é sujeito a falhas e a imperfeições. Por isso cabe a
cada um reconhecer na sua vida os determinantes da baixa eficiência, tornando o
sistema mais confiável". Para isso, ele numerou 7 desses hábitos que
alteram o funcionamento e justificam lapsos ou redução de produtividade.
Confira!
1.
Falta de
sono: O hábito de dormir pouco pode atrapalhar o
processo cerebral, uma vez que é durante o sono que o cérebro consolida as
memórias do dia que passou, organiza o pensamento e exercita a criatividade
(sabe os sonhos? Então). Além disso, prepara o cérebro para as atividades do
dia seguinte. Por isso, quando dormimos mal o rendimento cai logo no dia
seguinte, ocorrendo o declínio franco da concentração, da memória e alterações
intensas do humor.
2.
Sedentarismo: A atividade física age no sistema nervoso central
reduzindo a ansiedade, derrubando os níveis de cortisol e adrenalina,
estimulando a formação de redes dentro do hipocampo (região responsável pela
memorização) e melhorando o sono. Ou seja, a falta dela remete aos mesmos
problemas de falta de sono, que comprometem a atividade cerebral de semelhante
maneira.
3.
Rotina: Pode não parecer óbvio, mas a rotina é um inimigo
importantíssimo. Ela automatiza os processos mentais e, dessa maneira,
realizamos diversas atividades sem perceber e deixamos de pensar, perdendo uma
chance de exercitar os neurônios. Trabalhos repetitivos, relações interpessoais
que caíram na mesmice, falta de projetos, planos, metas, tudo isso leva a uma
preguiça cognitiva. Por isso sempre somos estimulados a buscar coisas novas,
desafios: para alimentar o cérebro de vivencias intelectualmente mais interessantes.
4. Sobrecarga mental: A privação de
estímulos que a rotina provoca é tão prejudicial quanto a sobrecarga de
informações. O cérebro tem uma capacidade limitada de lidar com afazeres
simultâneos e se ultrapassarmos essa capacidade, teremos consequencias:
esquecimentos, desatenção e baixa no rendimento. Portanto, faça cada coisa no
seu tempo e se desconecte do mundo ao resolver problemas importantes e
específicos.menos
5. Ansiedade: A ansiedade
cria pressão antecipatória para eventos posteriores, um dimensionamento
patológico do grau de complicação, etc. Os ansiosos são frequentemente
desatentos e cometem lapsos pois estão projetando sua mente para o futuro e não
estão focados no presente. O ideal é combater a ansiedade com medidas
comportamentais.
6.
Desorganização: Você facilita
muito o trabalho cognitivo se for uma pessoa organizada. Trabalhar em ambientes
apropriados, gerenciar o tempo, estipular prioridade, delegar tarefas com
inteligência, manter um certo padrão aonde guarda as coisas, o jeito que destaca
o que é mais relevante, manter a fácil aceso aquilo que é usado com maior
urgência ou frequência, etc. Tudo isso libera seu cérebro para se engajar no
processo cognitivo superior, como a criatividade, raciocínio lógico, previsão
de resultados, etc.
7.
Vícios e
alimentos: Reduza o consumo de álcool e
nicotina e tenha cuidado com medicamentos para tontura, náuseas, relaxantes
musculares e remédios para dormir sem orientação médica (eles podem atrapalhar
todo o processo mental). Evite o excesso de estimulantes como cafeína, pois o
exagero pode até deixa-lo ligado, mas, paradoxalmente, mais desfocado e menos
produtivo. Evite excessos alimentares, coma várias vezes ao dia e prefira
alimentos de fácil digestão. Também evite trabalhar e estudar com fome.
Ou seja, evite os excessos, quaisquer que eles sejam.